“Quando a gente diz para o estudante que ele é capaz, que ele consegue realizar determinadas coisas; isso vai ser incorporado à personalidade dele.”
Bullying. “Ato agressivo sistemático, envolvendo ameaça, intimidação ou coesão, praticado contra alguém, por um indivíduo ou um grupo de pessoas; ocorre geralmente em escolas” (Dicionário Michaelis).
É contra esse comportamento que 37% dos alunos de rede pública e privada (pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva) precisam lutar e resistir diariamente. Muitas das vezes em que a agressão acontece, crianças e adolescentes são negligenciados.
Uma vítima sofre agressão física, verbal ou psicológica e pela falta de ajuda docente ou parental se torna um novo agressor. Sabendo disso, é de extrema importância que adultos responsáveis pela tutela e supervisão de jovens saibam lidar de maneiras diversas com agressores e vítimas. Entender a situação e motivações também é de extrema importância para a diminuição de casos de Bullying no Brasil.
“Quando a pessoa nessa faixa etária não se sente aceita em um grupo, é discriminada normalmente por uma característica pessoal dela. O bullying afeta diretamente a pessoa, ele desmerece sua identidade e é isso que acaba com a auto estima da pessoa”, explicou Suzete Maia, Diretora acadêmica do IABC (Instituto Adventista Brasil Central) e doutora em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).
“Geralmente a agressão ocorre com alguém que remete sobre o passado do agressor, ou com alguém que é mais frágil do que ele”, complementa a Dra. Janice Freitas, Psicóloga do campus IABC.
A agressão não acontece somente quando o provocador ridiculariza ou exclui o colega, também acontece quando o ataque se configura em dominação; isso é demonstrado no dia-a-dia de alunos que possuem tais traços de insegurança, começam a acreditar no que o autor da violência diz ou afirma sobre eles à terceiros.
“Os colegas me xingavam, falavam que o meu cabelo era ruim, chamavam de macaca, diziam que eu não era inteligente e que eu cheirava mal. Eu ficava triste e me afastava da turma. Ficava meio no canto e me sentia só”, relata a vítima que preferiu não se identificar.
Alguns sinais do Bullying são: Materiais escolares ou bens estragados, ferimentos ou danos em roupas, “perda” corriqueira de objetos valiosos ou dinheiro, isolamento e exclusão, medo, ansiedade, raiva, e desmotivação ao ir para a escola.
Traumas, ansiedade, desistência e suicídio são consequências do bullying.
A utilização de aparelhos eletrônicos e a exposição desnecessária nas redes sociais são perigos que as famílias precisam estar atentas pois podem proporcionar um ambiente fértil para o cyberbullying, violência que ultrapassa o ambiente escolar.
Pesquisas do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) afirmam que 37% dos alunos brasileiros já foram vítimas de cyberbullying, e 36% dos respondentes faltaram aula por medo ou repressão.
Sinais como esses, podem ter significados profundos e instigantes. Em nenhuma situação similar às citadas acima, o sofrimento e mal-estar devem ser ignorados ou desprezados.
“A escritora Ellen White diz que as coisas que ouvimos passam a fazer parte da nossa personalidade. Então quando a gente diz para o estudante que ele é capaz, que ele consegue realizar determinadas coisas; isso vai ser incorporado à personalidade dele”, concluiu a Dra. Suzete Maia.
O resultado de familiares e educadores que se preocupam e se atentam à comportamentos como esse, será a diminuição do Bullying. Um país equilibrado, justo e eficiente pode ser construído através de uma nova maneira de educar: aquela que se preocupa, alerta, ajuda e soluciona problemas.