Chegamos ao final de setembro e durante todo o mês diversas ações foram realizadas no Brasil com objetivo de conscientizar as pessoas sobre saúde mental e prevenção ao suicídio, no Instituto Adventista Brasil Central, IABC, não foi diferente.
MOTIVO DA COR AMARELA
O movimento de conscientização começou nos EUA, quando um jovem de apenas 17 anos cometeu suicídio, em 1994. Ele era conhecido por sua personalidade carinhosa e habilidade mecânica, além de ter um Mustang que ele mesmo reformou e pintou de amarelo, enquanto lutava contra a depressão. Após sua morte, diversas ações de conscientização se espalharam pelo país. Fitas e cartões amarelos eram espalhadas por jovens que precisavam ou queriam oferecer ajuda emocional.
Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. E o amarelo, cor do carro do rapaz, foi a escolhida para representar a campanha.
NO BRASIL
Aproveitando o mês de conscientização mundial, foi criado no Brasil em 2015, a campanha Setembro Amarelo, um trabalho conjunto do Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Segundo a OMS, o suicídio foi a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil, depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal.
Para a psicóloga Janice Freitas do colégio IABC, a ideia de discutir o assunto não deveria ser visto como um problema. “O estigma é, se falarmos sobre o suicídio, vamos dar um gatilho, mas é o inverso, quanto mais falamos sobre o assunto, mais damos oportunidade de ter ajuda e de ajudar também”, destaca Freitas.
O Brasil é o país mais ansioso do mundo e com mais casos de depressão da América Latina, de acordo com relatórios da OMS e estudos da Universidade de Harvard no país. A última pesquisa realizada pela OMS em 2019, registrou 14 mil casos de suicídio por ano no Brasil, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
“Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade”, apontou a ABP. Fatalidade essa que pode afetar pessoas de qualquer sexo, idade, cultura ou classe social, por isso a importância de ações como palestras, eventos, rodas de conversas e campanhas comunitária.
NO IABC
O projeto “Se precisar, peça ajuda!” no colégio IABC contou com atividades de relaxamento, como exercícios de respiração profunda e técnicas de relaxamento muscular. Ensinando os alunos a usarem essas técnicas quando se sentirem ansiosos ou tristes. Além de pequenas sessões de meditação com o foco em pensamentos positivos e confiança em Deus.
O projeto aconteceu na plantação de eucaliptos da escola. Metade da turma foi vendada e levada até o cenário preparado com a ajuda de um colega de classe. Assim, precisavam pedir ajuda para os estudantes não vendados. No retorno, os que auxiliaram foram vendados para também viverem a experiência. “Essas atividades ajudam a reconhecer e lidar com suas emoções, entendendo que todos têm momentos difíceis e que é importante falar sobre o que sentem. Elas também fortalecem a ideia de que pedir e oferecer ajuda são atos de coragem e cuidado”, afirmou Freitas.
O aluno do IABC, Felipe Torquato, que está no terceiro ano do Ensino Médio, enfatizou que foi um projeto inovador, que a forma descontraída e criativa que o tema foi apresentado pode servir de inspiração para tratar de outros temas delicados. “Foi uma experiência maravilhosa ouvir de profissionais qualificadas sobre o cuidado com a nossa saúde e a importância de depender de pessoas em momentos delicados. Eu tenho um pouco de dificuldade de pedir ajuda, mas já aprendi de maneiras difíceis que é melhor pedir quando enfrentamos problemas. Após esse projeto, acredito que não só eu, mas todos que tiveram a oportunidade de participar entenderam que é essencial pedir ajuda em momentos difíceis”, afirmou Torquato.
O projeto Setembro Amarelo no IABC, realizado pela equipe de psicólogos do colégio, foi uma campanha com objetivo de promover a saúde mental e oferecer apoio a quem está passando por momentos difíceis. Incentivando a conscientização do valor da saúde mental, a busca por apoio e ajuda em momentos difíceis, além da promoção de redes de apoio, incentivando a solidariedade uns com os outros.
COMO AJUDAR
A psicóloga Janice Freitas passou algumas estratégias que podem ser eficazes, tanto para pessoa que precisa de ajuda como para quem está se disponibilizando a ajudar. Seguem abaixo:
- Uma escuta ativa, ou seja, ouça a pessoa sem interromper, com empatia, compreensão e sem julgamento.
- Validação dos sentimentos alheios. Evite minimizar ou desmerecer o que ela está passando.
- É preciso incentivar a procura por ajuda profissional, como um psicólogo ou psiquiatra, se a pessoa estiver tendo uma crise severa e constante.
- Buscar o equilíbrio emocional ao dormir bem, praticar exercícios físicos, realizar técnicas de respiração e atividades relaxantes.
É importante lembrar que cada pessoa é diferente, o tratamento e a ajuda vão variar de acordo com o problema e o indivíduo, mas o cuidado e afeto sempre fará a diferença. Portanto, peça ajuda!
Ninguém precisa passar pelos problemas sozinho!
Mais fotos do projeto no site: https://www.flickr.com/photos/iabcoficial/albums/72177720320375046/